Egito antigo – História e Atualdiades https://historiaeatualidades.com.br Com o prof. Richard Abreu Thu, 25 Aug 2022 11:00:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 A reconstituição facial de Akhenaton https://historiaeatualidades.com.br/2022/08/25/a-reconstituicao-facial-de-akhenaton/ https://historiaeatualidades.com.br/2022/08/25/a-reconstituicao-facial-de-akhenaton/#respond Thu, 25 Aug 2022 11:00:00 +0000 https://richardabreu.com.br/?p=13854 Imagine poder visualizar, de forma realista, o rosto de personagens históricos, como se fosse em uma fotografia atual de alta definição. Isso poderia até nos causar algumas sensações estranhas, afinal, nem sempre enxergaríamos algo muito parecido com aquilo que estamos habituados a imaginar sobre as feições de heróis do passado. Fato é que agora isso já é quase possível. A partir de técnicas avançadas de reconstituição facial, cientistas brasileiros e italianos reconstituíram o rosto de uma múmia atribuída ao faraó Akhenaton (1353 a 1336 a.C.), que reinou durante a 18º dinastia do Egito antigo, durante o Novo Império.

A reconstituição foi feita a partir da múmia KV 55, encontrada em 1907, no Vale dos Reis. Não é garantido que essa múmia pertença realmente à Akhenaton, mas testes de DNA indicam parentesco da múmia com outro importante faraó, Tutancâmon, que era filho de Akhenaton.

(…) a história que se sabe do primeiro faraó monoteísta, que instaurou um culto a um deus único, é muito incerta. Então, o que a reconstrução fez foi resgatar, “de um modo metafórico, uma das múmias mais controversas e importantes da história do planeta, potencialmente atribuída a Akhenaton”, afirma comunicado do FABA.

Revista Galileu

Akhenaton promoveu no Egito antigo uma profunda reforma religiosa, que perdurou enquanto durou o seu governo. Durante esse período, Akhenaton instituiu o culto monoteísta a Aton, o deus solar. Construiu templos e uma cidade própria, Akhetaton, que passou a ser a capital do Egito durante o seu reinado.

A reconstituição do suposto rosto do faraó levou meses, segundo Francesco Galassi, diretor do Centro de Pesquisa em Antropologia Forense, Paleopatologia e Bioarqueologia (FAPAB), e foi realizada a partir de uma técnica chamada de Método Manchester, que consiste na modelagem computadorizada de ligamentos faciais e músculos a partir da anatomia de um crânio.

Os músculos e ligamentos faciais são modelados no molde do crânio, de acordo com as regras da anatomia (…) A pele é colocada em cima disso, e as espessuras do tecido são valores médios que foram determinados cientificamente” (Francesco Galassi).

Revista Galileu

O nome do brasileiro por trás desse prodígio é Cícero Moraes, que é especialista em reconstituições em 3D e trabalhou em conjunto com o FAPAB durante todo o projeto. Parabéns ao nosso compatriota e à ciência, por nos levar cada vez mais próximos dos grandes mistérios do passado!

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Egito antigo no Google Maps. Atividade para sala de aula. https://historiaeatualidades.com.br/2022/08/01/egito-antigo-no-google-maps-atividade-para-sala-de-aula/ https://historiaeatualidades.com.br/2022/08/01/egito-antigo-no-google-maps-atividade-para-sala-de-aula/#respond Mon, 01 Aug 2022 11:00:00 +0000 https://richardabreu.com.br/?p=13570 Esta atividade propõe um trabalho com a Competência Específica 7 da área de Ciências Humanas (CECH), para o 6º do Ensino Fundamental, que prever que o estudante seja capaz de utilizar “linguagem cartográfica” e “diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais” para o desenvolvimento de “raciocínio espaço-temporal”. Na atividade, o professor terá a oportunidade de trabalhar questões de temporalidade, em interface com o espaço geográfico, fazendo dialogar as disciplinas de História e Geografia em em perspectiva interdisciplinar.

Sobre a atividade:

A atividade Egito antigo no Google Maps será desenvolvida em dois momentos:

  • em sala de aula com o professor;
  • e em casa, ou no laboratório da escola, quando o estudante deverá realizar a sua própria pesquisa. Necessário computador ou smartphone com acesso à Internet;
  • A atividade também poderá ser desenvolvida em sequência única, em sala de aula, caso, os estudantes tenham acesso a smartphone com acesso à Internet.

A dinâmica pode ser realizada individualmente. Demanda que o professor(a) faça uma abordagem prévia sobre o Egito antigo e seus períodos históricos. Antes de aderir à esta proposta, o professor deverá certificar-se de que esta atividade contempla o contexto de assuntos abordados em seu planejamento.

Competências da BNCC:

Competência Específica da área de Ciências Humanas (CECH7): Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão.

Competência Específica de História (CEH7): Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de modo crítico, ético e responsável, compreendendo seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais.

Habilidades de História da BNCC:

(EF06HI08) Identificar os espaços territoriais ocupados e os aportes culturais, científicos, sociais e econômicos dos astecas, maias e incas e dos povos indígenas de diversas regiões brasileiras.

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Quem construiu as pirâmides do Egito? https://historiaeatualidades.com.br/2020/08/04/quem-construiu-as-piramides-do-egito/ https://historiaeatualidades.com.br/2020/08/04/quem-construiu-as-piramides-do-egito/#respond Tue, 04 Aug 2020 11:00:00 +0000 https://richardabreu.com.br/?p=5082 As pirâmides do Egito são construções milenares, que parecem ter sido uma obsessão para os egípcios antigos. As mais famosas são as pirâmides de Gizé, assim chamadas por situarem-se no platô de Gizé, próximas à atual cidade do Cairo. Muito comuns em cartões postais, e principal atração para os milhares de turistas que visitam o Egito anualmente, foram construídas durante o Primeiro Império (3.200 à 2.100 a.C), durante o governo dos faraós Queóps, Quefren e Miquerinos. Embora sejam as mais famosas, não foram as primeiras, nem as únicas construções em formato piramidal do Egito antigo. Séculos antes, o faraó Djoser, que governou entre 2667 a.C. a 2648 a.C., construiu a primeira pirâmide do Egito. Idealizada por seu arquiteto e mestre de obras, Imhothep, é chamada de Pirâmide de Sacará ou Pirâmide de Degrau.

Elson Musk sobre as pirâmides

Na semana passada (31/07) um “twitte” do multimilionário Elon Musk provocou uma confusão na Internet ao afirmar que as pirâmides do Egito foram construídas por extraterrestres. Este não é um assunto novo, apesar de não ter nenhum crédito no meio acadêmico. Mas vindo de alguém engajado em pesquisas espaciais que pretendem levar o homem a Marte, não poderia passar despercebido. Em sua rede social, Musk afirmou: “Aliens built the pyramids obv“. Em traduação literal: “Alienígenas construíram as pirâmides, óbvio”. Você concorda, ou pelo menos acha plausível algo assim?

Claro que não há embasamento científico na afirmação de Elon Musk. Mas pela sua relevância no cenário internacional de exploração espacial, as suas palavras ganharam enorme repercussão. Tanto, a ponto de serem prontamente respondidas pela ministra de cooperação internacional do Egito, Rania al-Mashat. A ministra não só rechaçou a afirmação de Musk, como também o convidou a conhecer de perto as construções milenares. Segundo ela, isso ajudaria o multimilionário a compreender melhor o esforço humano de construção daquelas monumentais obras.

Rania al-Mashat não foi a única a responder Elon Musk. O arqueólogo egípcio Zahi Hawass, que há anos estuda as pirâmides do Egito, também o rebateu o magnata. Por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais, afirmou que os argumentos de Musk são apenas uma “completa alucinação”.

Por que a fala de Musk causou tanta polêmica?

Antes de tudo por que para a academia, as pirâmides do Egito são frutos do gênio humano. Boa parte dos historiadores, inclusive, as consideram como resultado do labor de homens e mulheres que se viram forçados a trabalhar em suas construções, em condições degradantes e precárias. Associar, portanto, a construção dessas obras monumentais à uma hipótese sem qualquer embasamento científico, seria uma incorreção histórica, além de tirar o mérito de homens e mulheres que deram sangue e suor em sua realização. A questão, no entanto, é bastante polêmica. Pois se não há qualquer evidência de que extraterrestes construíram as pirâmides, tão pouco se sabe com exatidão que tipo de tecnologia foi usada para erguer as gigantescas pedras que as compõem.

Voltando a Elon Musk

Se a afirmação de Musk tivesse sido feita por qualquer um de nós, entre os mortais, certamente não teria tanta repercussão. Mas Elon Musk tem ganhado notoriedade no cenário internacional, não só como dono de uma das maiores fortunas do mundo, mas pela sua proeminte participação na atual onda de exploração espacial. A sua nave, a SpaceX, pousou no oceano Atlântico, no Golfo do México, trazendo a bordo dois astronautas norte-americanos diretamente da Estação Espacial Internacional, a ISS, apenas dois dias antes de sua polêmica publicação no Twitter. E, atualmente, as empresas do multimilinário vêm trabalhando em parceria com a NASA para construir um foquete que levará o homem à uma fascinante jornada à Marte até o ano 2030.

Para quem quem tem interesse pelo assunto e quer se divertir com um bom entretenimento, pode assistir sem medo de arrependimento a série Mars. Produzida pela pela National Geographic e lançada em 2016 pela Netflix, a série explora, ficcionalmente, a aventura do homem chegando ao planeta vermelho, inspirada no projeto impulsionado por Elon Musk.

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Qual a importância do rio Nilo para a Civilização Egípcia? https://historiaeatualidades.com.br/2020/04/30/qual-a-importancia-do-rio-nilo-para-a-civilizacao-egipcia/ https://historiaeatualidades.com.br/2020/04/30/qual-a-importancia-do-rio-nilo-para-a-civilizacao-egipcia/#comments Thu, 30 Apr 2020 15:39:55 +0000 https://richardabreu.com.br/?p=3570 O rio Nilo foi de grande importância para o desenvolvimento da civilização egípcia, e influenciou aquela civilização em diversos aspectos, tais como os econômicos, sociais, culturais, científicos e religiosos.

Quando escreveu sobre o Egito, por volta do século V a.C, Heródoto de Halicarnasso, deixou registrado a memorável frase sobre a terra dos faraós: “o Egito é uma dádiva do Nilo“. Com isso, o antigo historiador queria deixar claro a importância do rio Nilo para a civilização egípcia, que em essência, são duas entidades inseparáveis: o povo e o Rio. Dos escritos do antigo historiador à perspectiva da historiografia moderna, é possível compreender que os egípcios foram o que foram, em consequência e por influencia do grande rio.

O rio Nilo e a economia no Egito antigo

No campo econômico, podemos destacar que durante muito tempo o Egito foi considerado o celeiro do mundo antigo. Esta abundância deu-se, sobretudo, pelas condições que o rio proporcionou àquela civilização. A cada ciclo anual de enchentes, o Nilo fertilizava grandes faixas de terras, tornando-as aptas ao cultivo e favorecendo o desenvolvimento da agricultura na região. Assim, não é exagero dizer que as oportunidades que o Nilo oferecia, favoreceram também o desenvolvimento da técnica. Para controlar o fluxo das enchentes anuais, o egípcios tornaram-se exímios construtores de canais e barragens. E criaram sistemas de medição das cheias, para aproveitar todo o seu potencial de irrigação que o Nilo oferecia.

O rio Nilo e o desenvolvimento da civilização egípcia

Ainda no campo da técnica, outro aspecto importante que resultou da relação dos egípcios com o Nilo, foi o desenvolvimento das ciências. Principalmente, a Astronomia e a Matemática. A necessidade de calcular o período das cheias do Nilo, por exemplo, fez dos egípcios excelentes astrônomos. Baseando-se pelos astros, eles podiam prever o período das enchentes e da vazante das águas e então se prepararem para os períodos de semeadura e colheita.

Aspectos religiosos do rio Nilo para o Egito antigo

Os egípcios adoravam o rio Nilo como à seus deuses. E com estes, o rio se confundia. Havia cerimônias e festejos anuais para saudar o rio, que no panteão egípcio, era representado por Hapi (o deus protetor do Nilo), e por Anunkek (a deusa das enchentes). Ao longo do ano, realizavam diversos rituais e festivais religiosos para celebrar o Nilo. Esses festivais podiam durar dias e se estender por toda a margem do rio. Nessas ocasiões eram feitas oferendas e prestadas homenagens às águas que lhes proviam de prosperidade.

Aspectos geográficos

Correndo no sentido sul em direção ao norte, o rio tem sua nascente na região da Núbia, onde hoje situa-se a Tunísia. De lá foram extraídas grande parte dos blocos de pedras usadas para erguer as monumentais obras do Egito antigo. É nesse sentido que pode-se observar também a função do rio para o transporte e comunicação com as regiões circunvizinhas do Egito — tanto ao sul, quanto ao norte, que era a porta de saída para o mar Mediterrâneo, onde o majestoso Nilo deságua em formato de um caudaloso delta.

Saiba mais o Egito antigo, suas origens, períodos históricos, apogeu e decadência, neste breve resumo sobre a história do egito.

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Egito antigo: um breve resumo da história. https://historiaeatualidades.com.br/2020/04/26/resumo-da-historia-do-egito-antigo/ https://historiaeatualidades.com.br/2020/04/26/resumo-da-historia-do-egito-antigo/#respond Sun, 26 Apr 2020 18:28:04 +0000 https://richardabreu.com.br/?p=3622 O Egito antigo foi uma civilização da Antiguidade Oriental que situava-se no norte da África, entre os desertos da Líbia e o mar Vermelho. Floresceu às margens do rio Nilo, na região do Crescente Fértil, e teve duração de mais de três milênios. Foi a mais longeva civilização antiga e deixou um legado cultural para a humanidade tanto no campo das artes, quanto da filosofia, da arquitetura e das ciências, que perdura até os dias de hoje.

Tempo de leitura:

Ao término da leitura de Egito antigo: um breve resumo da história, deixe seu comentário, dúvidas ou sugestões de melhoria, e compartilhe esta publicação com seus amigos.


Índice de navegação

  1. Uma breve introdução sobre o Egito
  2. Localização geográfica do antigo Egito
  3. Origens do Egito antigo
    1. Os nomos.
    2. A Unificação do Egito
    3. Fatores da Unificação
  4. Os períodos históricos do Egito antigo
    1. Divisão cronológica do períodos históricos do Egito antigo
  5. A religião no Egito antigo
  6. Declínio da civilização egípcia

Uma breve introdução sobre o Egito antigo

Um antigo provérbio egípcio dizia que “o homem teme o tempo; mas o tempo teme as pirâmides”. Ninguém sabe ao certo quando esse ditado foi criado, mas ele reflete uma profunda verdade. Talvez, os mais conhecidos e admirados monumentos arquitetônicos da humanidade sejam, ainda hoje, as pirâmides do Egito. E você sabia que elas foram construídas há pelo menos quatro mil anos? Claro que não exatamente como são vistas hoje, pois durante todo esse tempo sofreram desgastes pela ação tempo e do próprio homem. Mesmo assim, seguem imponentes, como que se desafiassem a eternidade.

As pirâmides, aliás, são um bom exemplo do que foi a civilização egípcia. Nenhuma outra civilização humana foi tão longeva e permanente como a do Egito antigo. Sua história, como sociedade organizada, tem origem por volta de 3.200 a.C e resiste até pelo menos 31 a.C, quando a região foi anexada pelo Império Romano. Assim, senhor de uma história milenar, com mais de três mil anos de duração, o Egito do tempo dos faraós passou à história como uma das mais impressionantes civilizações antigas, e deixou um incrível legado para os dias atuais, com sua refinada cultura, monumentos, filosofia e tradições.

Localização geográfica do antigo Egito

O Egito foi umas das grandes civilizações africanas da antiguidade. Não foi a única, pois o continente abrigou, nos tempos antigos, outras civilizações como a dos núbios, que situava-se próxima ao Egito e ficou conhecida como o Reino de Cuxe.

Localização Geográfica do Egito Antigo

Quanto a sua localização geográfica, o Egito estava situado no nordeste da África. Ao oeste fazia fronteira com o deserto da Líbia e ao leste com o mar Vermelho. Na parte sul, o Egito estendeu-se até quase a nascente do rio Nilo, próximo à Núbia, atual região do Sudão. E ao norte, sua fronteira natural era o mar Mediterrâneo, onde desaguava o rio Nilo, em um grande delta.

A localização geográfica do Egito lhe deu uma posição privilegiada na antiguidade. Suas fronteiras naturais lhes proporcionaram uma relativa proteção contra ataques externos, dificultando ação de invasores. Embora, ao longo de sua história, o Egito tenha sofrido invasões externas, essas foram raras e esparsas no tempo. Isso contribuiu grandemente para certa estabilidade daquela sociedade. Sua localização, junto às margens do rio Nilo, foi fator de prosperidade para o país, pois o rio garantia terras férteis e aráveis para o cultivo e agricultura.

Origens do Egito antigo

As origens da civilização egípcia remontam há pelo menos 4.000 anos a.C., quando tribos nômades-pastoris passaram a ocupar os vales e o delta do rio Nilo. Essas tribos eram oriundas, principalmente, dos desertos da Líbia e do Saara. Os nômades eram povos primitivos que não fixavam residência em um único lugar. Viviam, basicamente, da caça e da coleta, e migravam constantemente, de um local para outro, em busca de alimentos. Mas, por que esses povos fixaram-se exatamente onde, anos mais tarde, floresceria uma das mais fascinantes civilizações da história da humanidade?

Localizado na região do Crescente Fértil, o rio Nilo era um oásis de abundância em meio ao deserto. Assim, os primeiros habitantes da região, onde se formou a civilização egípcia, chegaram até lá atraídos pelas terras férteis que o rio proporcionava, que eram ideais para a a prática da agricultura e o pastoreio de animais.

Os nomos.

A partir de um determinado momento, impossível de precisar, essas tribos, inicialmente dispersas em pequenos grupos, passaram a organizar-se em unidades político-administrativas, chamadas de nomos, que eram pequenos principados, que possuíam um líder tribal, faziam as próprias leis e cultuavam os próprios deuses. Cada nomo possuía o seu próprio panteão de divindades. À medida que desenvolviam-se, estes nomos formaram dois grandes reinos. Um ao norte, outro ao sul do rio Nilo, formando o que os historiadores, hoje denominam de Baixo e Alto Egito, respectivamente.

A Unificação do Egito

A unificação do Egito antigo decorreu de um longo processo, que teve início com a formação dos nomos. Conforme vimos, os nomos congregavam diversas tribos em torno de um líder comum e, ao longo do tempo, tornaram-se cada vez mais organizados politicamente. Assim, da união de diversos nomos, formaram-se, principalmente, dois reinos: um ao norte, outro ao sul do rio Nilo. Estes reinos viveram em relativa paz, mas a partir de determinado momento, possivelmente por volta de 3.500 a.C, passaram a entrar em conflitos cada vez mais frequentes. Até que, aproximadamente em 3.200 a 3.100 a.C, Narmer (ou  Menés), partindo do Norte, conquistou o Sul e unificou a Coroa egípcia. Com a unificação, o Egito passou a ser o primeiro Estado unificado do mundo antigo.

Fatores da Unificação

Mas, quais os fatores que motivaram o processo de centralização do poder no Egito?

Alguns autores apontam o desenvolvimento da agricultura como um dos principais fatores que impulsionaram a unificação e centralização do poder no Egito antigo. Os trabalhos de cultivo da terra, a drenagem das águas do Nilo, a criação de canais e técnicas de irrigação cada vez mais complexas, exigiam um alto grau de organização, além de demandar cada vez mais, um número maior de mão de obra.

Segundo esses autores, tais exigências, levaram, gradualmente, a centralização do poder. Primeiro a partir dos nomos, depois em reinos maiores e, por fim, em um Estado único, capaz de coordenar os esforços que demandavam cada mais organização social para o trabalho. Assim, com a unificação, o faraó tornou-se soberano na região do Nilo, e centralizava tanto os poderes políticos, quanto religiosos. O Egito, unificado, vivenciou um período de grande progresso social, embora, não necessariamente, livre de profundas desigualdades entre os seus estratos sociais.

A primeira capital do Egito unificado foi sediada em Tinis, daí o período que compreende as duas primeiras dinastias também ser chamado de Período Tinita.

Os períodos históricos do Egito antigo

A história do Egito antigo está dividida em três períodos principais:

  • Antigo Império (3.200 a.C. a 2.300 a.C.):
  • Médio Império (2.100 a.C. a 1780 a.C.); e
  • Novo Império (1580 a.C. a 1090 a.C.).

Cada um desses períodos, marca momentos específicos da história política, econômica, social e cultural do Egito, e são intercalados, por períodos mais ou menos longos, denominados:

  • Primeiro Período Intermediário, situado entre o Antigo e o Médio Império; e
  • Segundo Período Intermediário, entre o Médio e o Novo Império.

Com o fim do Novo Império a civilização egípcia entrou em sua fase final de declínio. Este período é conhecido como Baixa Época. Durante a Baixa Época, a civilização egípcia vivenciou, ainda, um curto momento de renascimento, a partir de uma ofensiva dos reis de Sais, que expulsaram os Assírios e restauraram as dinastias egípcias. Esse período ficou conhecido como o Renascimento Saíta.

Divisão cronológica do períodos históricos do Egito antigo

  • Período pré-dinástico (até 3.200 a.C.): predominam dois reinos, ao norte e ao sul, do rio Nilo, até a unificação.
  • Antigo Império (3.200 a.C. a 2.300 a.C.): período que se segue à unificação. O Egito vive um tempo de paz e prosperidade. Durante o Antigo Império foram construídas, por exemplo, as grandes pirâmides de Gizé.
  • Primeiro Período Intermediário (2.300 a.C. a 2.100 a.C.): o Egito mergulha em uma profunda crise social e econômica, com o enfraquecimento do poder central do faraó.
  • Médio Império (2.100 a.C. a 1780 a.C.): marca a retomada da estabilidade política, a partir de uma ofensiva dos reis de Tebas, que restauram o poder central do faraó.
  • Segundo Período Intermediário (1780 a.C. 1580 a.C.): novo momento de instabilidade política e social no Egito, que culmina com a invasão dos povos hicsos.
  • Novo Império (1580 a.C. a 1090 a.C.): restauração do poder central. O Egito torna-se um império, de fato, e adota uma política expansionista.

A religião no Egito antigo

A religião no Egito antigo perpassava todos os aspectos da vida política, social e cultural do país. Os egípcios eram essencialmente politeístas e possuíam um vasto panteão de deuses nacionais. O próprio faraó, personificava um deus encarnado, embora a organização do culto se desse, normalmente, em torno dos deuses locais.

Um caráter essencial da religião no antigo Egito, era a crença na vida após a morte, dai o hábito de mumificar os mortos, para que seus corpos fossem usados no pós-mortem. A continuação da vida após a morte era uma crença tão arraigada no imaginário do povo egípcio, que além da mumificação, diversos outros costumes deixaram registros de quão importante era essa questão para eles, tais como, oferendas deixadas nos túmulos e mesmo a construção de templos grandiosos que serviam de morada para os mortos.

Durante o reinado de Akhenaton, faraó da XVIII dinastia, no Novo Império, foi instituída uma religião de caráter monoteísta, por um curto período de tempo, quando a divindade central passou a ser Aton, simbolizado pelo disco solar.

Declínio da civilização egípcia

A partir da 19ª dinastia, quando inicia-se o declínio do Novo Império. Nesse momento, o Egito passa por sucessivas levas de invasões estrangeiras, até ser conquistado pelo Assírios, por volta de 670 a.C. Após um curto período de renascimento, a partir de 663 a.C, (Renascimento Saíta), o Egito cai novamente sob o domínio Persa, em 552 a.C. E assim, permanecerá até 331, quando é conquistado por Alexandre, o Grande.

Com a morte de Alexandre, em 323 a.C, iniciam-se no Egito, as dinastias Ptolomaicas, que dividem o império e dão origem aos reinos helenísticos, que perduram até a anexação final do Egito pelo Império Romano, em 30 a.C.

É o fim de uma das mais impressionantes civilizações do mundo antigo.

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O Egito é visitado anualmente… ENEM 2009. https://historiaeatualidades.com.br/2018/02/01/o-egito-e-visitado-anualmente-enem-2009/ https://historiaeatualidades.com.br/2018/02/01/o-egito-e-visitado-anualmente-enem-2009/#comments Thu, 01 Feb 2018 13:08:00 +0000 https://richardabreu.com.br/?p=3213 O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizé, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo.

O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois

A – pois significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos.

B – pois representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos.

C – pois significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos.

D – pois representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito.

E – pois significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.

Questão 46. ENEM 2009, Prova Azul.

Comentários. Questão 46. ENEM 2009:

As grandes obras arquitetônicas do Egito antigo não foram construídas exclusivamente com mão de obra escrava, mas, de acordo com as diversas correntes historiográficas, não restam dúvidas de que o trabalho escravo foi um importante aporte na construção desses monumentos.

A classe dos felá, que constituíam o extrato social mais baixo na sociedade egípcia, foi em grande parte, a mão de obra mais empregada na construção de pirâmides e gigantescos templos. Assim, quando a questão fala em “escravizar”, não está se referindo, supostamente, em termos literais à mão de obra escrava, mas ao poder que o faraó possuia para mobilizar a base social de trabalhadores e camponeses da sociedade egípcia para, muitas vezes em condições degradantes de trabalho, construir tais monumentos.

O gabarito da questão, portanto, é a letra A.

Comentários adicionais:

A civilização do antigo Egito caracteriza-se por grandes realizações arquitetônicas. Tais monumentos tinham caráter político-religioso, uma vez que política e religião pouco se distinguiam no Egito da época dos faraós, por se tratar de uma sociedade Teocrática. Os grandes monumentos representavam a grandiosidade do poder faraônico e normalmente, eram também símbolos religiosos. Vamos entender a questão.

A sociedade do antigo Egito era composta por vários extratos sociais, cujo topo da escala social era ocupado pela figura do faraó. Seguia-se ao rei, a camada de altos funcionários públicos, que auxiliavam o monarca nos deveres da administração pública; os sacerdotes, encarregados do culto; os guerreiros, os escribas e por fim, a classe de camponeses, conhecidos como felás e de escravos, estes últimos oriundos principalmente de campanhas militares empreendidas pelo faraó.

Os escravos no antigo Egito se constituíam em pelo menos dois gêneros, aqueles que eram aproveitados para o serviço doméstico, tinha muitas vezes um tratamento digno; e aqueles que eram destinados aos grandes empreendimentos públicos, como a construção das grandes obras do faraó. Estes, via de regra, estavam sujeitos a condições de vida extremamente cruéis. No entanto, o instituto da escravidão no Egito foi bastante distinto do de outras civilizações da antiguidade. Normalmente, o escravo integrava-se à sociedade, de forma que sua condição, embora penosa, não diferia muito do modo de vida de um felá.

Veja mais questões comentadas do ENEM em História no ENEM.

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