A reconstituição facial de Akhenaton

Imagine poder visualizar, de forma realista, o rosto de personagens históricos, como se fosse em uma fotografia atual de alta definição. Isso poderia até nos causar algumas sensações estranhas, afinal, nem sempre enxergaríamos algo muito parecido com aquilo que estamos habituados a imaginar sobre as feições de heróis do passado. Fato é que agora isso já é quase possível. A partir de técnicas avançadas de reconstituição facial, cientistas brasileiros e italianos reconstituíram o rosto de uma múmia atribuída ao faraó Akhenaton (1353 a 1336 a.C.), que reinou durante a 18º dinastia do Egito antigo, durante o Novo Império.

A reconstituição foi feita a partir da múmia KV 55, encontrada em 1907, no Vale dos Reis. Não é garantido que essa múmia pertença realmente à Akhenaton, mas testes de DNA indicam parentesco da múmia com outro importante faraó, Tutancâmon, que era filho de Akhenaton.

(…) a história que se sabe do primeiro faraó monoteísta, que instaurou um culto a um deus único, é muito incerta. Então, o que a reconstrução fez foi resgatar, “de um modo metafórico, uma das múmias mais controversas e importantes da história do planeta, potencialmente atribuída a Akhenaton”, afirma comunicado do FABA.

Revista Galileu

Akhenaton promoveu no Egito antigo uma profunda reforma religiosa, que perdurou enquanto durou o seu governo. Durante esse período, Akhenaton instituiu o culto monoteísta a Aton, o deus solar. Construiu templos e uma cidade própria, Akhetaton, que passou a ser a capital do Egito durante o seu reinado.

A reconstituição do suposto rosto do faraó levou meses, segundo Francesco Galassi, diretor do Centro de Pesquisa em Antropologia Forense, Paleopatologia e Bioarqueologia (FAPAB), e foi realizada a partir de uma técnica chamada de Método Manchester, que consiste na modelagem computadorizada de ligamentos faciais e músculos a partir da anatomia de um crânio.

Os músculos e ligamentos faciais são modelados no molde do crânio, de acordo com as regras da anatomia (…) A pele é colocada em cima disso, e as espessuras do tecido são valores médios que foram determinados cientificamente” (Francesco Galassi).

Revista Galileu

O nome do brasileiro por trás desse prodígio é Cícero Moraes, que é especialista em reconstituições em 3D e trabalhou em conjunto com o FAPAB durante todo o projeto. Parabéns ao nosso compatriota e à ciência, por nos levar cada vez mais próximos dos grandes mistérios do passado!

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