Quem foi Ernesto ‘Che’ Guevara?

Ernesto “Che” Guevara foi um revolucionário argentino, que ganhou grande destaque a partir da Revolução Cubana, que culminou com a ascensão de Fidel Castro ao poder em 1959. Che Guevara, como ficou conhecido, nasceu em 14 de junho de 1928 e foi executado em 9 de outubro de 1967, na Bolívia. Ele desempenhou um papel fundamental na luta guerrilheira em Cuba, onde atuou como comandante na Sierra Maestra. Após a vitória revolucionária, desempenhou várias funções no governo cubano, incluindo a liderança do Banco Nacional de Cuba e do Ministério da Indústria.

Che Guevara

Che Guevara tornou-se uma figura internacionalmente conhecida e influente na promoção do comunismo e do marxismo na América Latina e em outras partes do mundo. Che acreditava na necessidade de espalhar a revolução comunista globalmente e esteve envolvido em atividades revolucionárias em diferentes países, como o Congo e a Bolívia.

Che Guevara é frequentemente lembrado por sua imagem icônica, capturada em uma fotografia de 1960 feita por Alberto Korda. A fotografia de Che tornou um símbolo do idealismo revolucionário e é amplamente reproduzida em pôsteres e camisetas. Che, porém, é também uma figura controversa. Críticos apontam para violações dos direitos humanos durante seu tempo no poder em Cuba e em outras áreas de sua atuação. O guerrilheiro foi capturado e executado na Bolívia em 1967, encerrando sua vida curta, mas deixou legado como um dos líderes revolucionários mais conhecidos do século XX.

Che Guevara e a Revolução Cubana

Durante a Revolução Cubana, Che Guevara atuou como um dos principais comandantes das forças rebeldes na Sierra Maestra, uma região montanhosa de Cuba, onde as forças revolucionárias se refugiaram e organizaram suas operações. Ele ganhou respeito como líder militar por suas habilidades táticas na luta contra as forças do governo de Fulgencio Batista.

Che foi um fervoroso defensor do marxismo-leninismo e desempenhou um papel fundamental na articulação da ideologia revolucionária que impulsionou a luta em Cuba. Sua convicção e retórica em prol da justiça social e da igualdade atraíram muitos seguidores e contribuíram para a união ideológica das forças revolucionárias. Suas táticas eram baseadas em uma abordagem focada em guerrilha, que envolvia a mobilização de pequenas unidades rebeldes em áreas rurais e montanhosas. Essa estratégia desestabilizou as forças do governo e ganhou apoio popular.

Após a vitória da revolução em 1959, Che Guevara desempenhou um papel ativo no governo cubano. Ocupou várias posições, incluindo a liderança do Banco Nacional de Cuba e foi ministro da Indústria. Além disso, desempenhou papel crucial na implementação de reformas econômicas e sociais, incluindo a nacionalização de indústrias e a redistribuição de terras.

Discurso na Assembleia das Nações Unidas

Em 11 de dezembro de 1964, Che Guevara fez um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, representando o governo cubano. Em seu discurso, Guevara condenou o imperialismo e a política externa norte-americana e também expressou seu apoio a movimentos revolucionários em várias partes do mundo. O discurso de Che Guevara na ONU é conhecido por suas fortes críticas aos Estados Unidos e reafirmação de seu compromisso com a causa revolucionária no mundo.

Che Guevara no Congo, África

Em 1965, já após a bem sucedida incursão em Cuba, Che Guevara, partiu para o Congo (então chamado de República Democrática do Congo), na África, para dar continuidade ao seu expansionismo revolucionário. No Congo, Guevara se juntou a um grupo de rebeldes com o objetivo de derrubar o governo do primeiro-ministro Moïse Tshombe, que tinha o apoio dos Estados Unidos e de outras potências ocidentais. No entanto, a missão no Congo foi marcada por reveses, dificuldades logísticas e falta de apoio popular. A presença de Guevara não conseguiu unificar as facções rebeldes ou alcançar o sucesso desejado.

Guevara e seus seguidores logo se viram em uma situação precária, enfrentando ataques do exército do governo e lutando para manter a coesão interna. Em meados de 1965, Che Guevara e o grupo de guerrilheiros cubanos que o acompanhavam decidiram deixar o Congo, encerrando sua tentativa de promover uma revolução no país.

Apesar de sua derrota no Congo, Che continuou sua busca por oportunidades revolucionárias em outros lugares, e sua próxima aventura foi na Bolívia, para onde partiu em 1966, iniciando suas atividades de guerrilha em 1967.

Che Guevara na Bolívia, último ato

Em 1967, Che Guevara liderou um grupo de guerrilheiros com o objetivo de iniciar a revolução na Bolívia. Em 8 de outubro de 1967, Che Guevara foi capturado pelo exército boliviano e pela CIA, após ter sido ferido em combate. No dia seguinte, 9 de outubro, ele foi executado, encerrando sua tentativa de fazer a revolução na Bolívia.

Sua captura e morte marcaram o fim de sua carreira como revolucionário itinerante e a derrota final para suas aspirações de promover revoluções comunistas em outros países da América Latina e no mundo. A morte de Che Guevara na Bolívia consolidou sua figura como um mártir e ícone da esquerda revolucionária em todo o mundo, mesmo que a tentativa de revolução na Bolívia tenha sido malsucedida.

Filmes e Documentários sobre Che

Che Guevara, além do mito

França – 2017 – 52 min

De Tencrede Ramonet • Com Salim Lamrani, Marie-Alice Waters, Jon Lee Anderson, Pierre Kalfon, Julio Cesar Gaunche, Michael Lowy

Apesar de sua conhecida importância revolucionária, o surgimento do mito Che Guevara foi também uma construção. Ao longo de sua vida, o guerrilheiro, que era também escritor, fotógrafo e cinéfilo, se preocupou em construir uma autoimagem de impacto para se sacralizar na história. Esse documentário busca ultrapassar o símbolo de barba, boina e charuto e mostrar quem era o homem por trás do mito.

Onde assistir: canal Curta!

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