O que foi a invasão dos povos germânicos?

No século V d.C., Roma ainda era o maior e mais poderoso império do mundo, mas uma série de fatores o levaram à ruina em uma fração de tempo relativamente curta. Na verdade, historiadores divergem sobre essa questão. Uns acreditam que o Império ruiu vagarosamente, outros, acreditam que foi vítima de um processo acelerado que o fulminou em pouco tempo. Mas o que é indiscutível nessa história, é que uma das causas mais significativas para a queda do Império Romano do Ocidente, foi a invasão dos povos germânicos. Mas o que foram essas invasões e por que foram tão relevantes? É o que tentaremos explicar neste post. Siga adiante e vamos aprender um poucos sobre isso.

O que vamos aprender sobre a invasão dos povos germânicos:

  • Entender o que foi a invasão dos povos germânicos
  • Entender quem eram os povos germânicos e suas rotas de entrada no Império Romano
  • Compreender a relação entre as invasões germânicas e a queda do Império Romano

O que foi a invasão dos povos germânicos?

Chamamos de invasões germânicas, ou invasão dos povos bárbaros, o processo de entrada nos domínios do Império Romano, de povos que até então viviam às margens de suas fronteiras. Esse processo foi gradual, até culminar, na segunda metade do século V, na deposição do imperador Rômulo Augusto por Odoacro, no ano de 476 d.C. A este evento, nos referimos como “queda do Império Romano do Ocidente“, e para o qual as invasões germânicas contribuíram enormemente.

Com o fim do Império, a parte ocidental da Europa passou por um profundo processo de transformação, que alterou estruturalmente a sua organização política, econômica e social, principalmente, a partir da fusão das culturas romanas e germânicas. Como marco histórico, a queda do Império Romano do Ocidente marca o fim da Antiguidade Clássica e o início da Idade Média. A seguir, vamos compreender um pouco melhor sobre quem eram os povos germânicos e saber mais sobre as causas que levaram às invasões ao Império.

Quem eram os povos germânicos?

Os povos germânicos eram formados por tribos de diversas etnias que possuíam um tronco comum e vivam às margens das fronteiras do Império Romano, na região chamada de Germânia, situada ao norte do rio Danúbio e a leste do rio Reno, que formavam as fronteiras naturais do Império. Os principais povos germânicos eram os Lombardos, os Vândalos, os Godos, os Saxões, os Burgúndios e os Francos. Eram chamados de “bárbaros”, pois assim os romanos se referiam a todos os povos que não falavam o Latim e nem assimilavam os valores culturais romanos. Por isso, é comum nos referirmos a esses povos, ainda hoje, como bárbaros, e também falamos, corriqueiramente, em invasões bárbaras, quando nos referimos ao movimento migratório dos povos germânicos em direção às terras do Império Romano.

Nem sempre bárbaros e romanos viveram em conflito. Na verdade, a convivência entre os dois povos transcorreu, ao longo da história, de forma parcialmente pacífica, havendo entre eles uma frequente troca cultural. Isso permitiu, inclusive, que bárbaros tomassem parte da vida cotidiana do Império. Nas regiões de fronteira era comum o casamento entre famílias romanas e germânicas e, muitas vezes, os bárbaros eram recrutados para servir nas legiões romanas e até mesmo como soldados da guarda imperial, em reconhecimento aos seus inegáveis valores militares.

Os germanos viviam em um sistema tribal, com células menores que formavam grandes aldeias. Essas aldeias, por sua vez, eram formadas por grupos de várias famílias. Possuíam hábitos de vida bastante primitivos em relação ao que ostentavam os romanos e tinham um código de ética próprio, tanto para a guerra, quanto para questões do cotidiano. Em seu processo de formação, estabeleceram diversas confederações entre as tribos e instituíram líderes, que assumiam também prerrogativas de chefes militares. Esses chefes, inicialmente, eram escolhidos em assembleias que escolhiam seus líderes entre aqueles que demonstravam maior bravura militar. Com tempo, no entanto, o poder de chefia passou a ser transmitido de forma hereditária, costume que se fixou, dando origem a verdadeiras dinastias reais.

As invasões e a queda do Império

Na ocasião das invasões bárbaras, o Império Romano já estava bastante debilitado e apresentava flagrantes sinais de declínio, motivado por diversos fatores, que refletia na evidente fraqueza de seu poderio militar. O Império corroía por dentro e a frequente onda de invasões por povos estrangeiros a partir dos séculos IV e V, foi apenas o golpe final que o levou à derrocada de Roma.

As causas da invasões são pouco precisas e em alguns aspectos, parecem denotar um processo natural motivado pelo gradual enfraquecimento do Império, frente ao desenvolvido das tribos germânicas que cresciam ao seu redor. Um fator, no entanto, decisivo para a pressão sobre as fronteiras romanas, a partir do século IV, foi o descolamento dos povos hunos, em direção ao oeste da Ásia. Os hunos eram um povo de origem guerreira, que faziam uso de técnicas de guerra extremamente agressivas. Em algum momento entre os séculos IV e V, seu deslocamento em direção às terras da Germânia, fez com que as tribos e povos que ali viviam, precipitassem-se sobre o Império, em busca de refúgio contra a ferocidade huna. Isso provocou um forte ingresso dos bárbaros nas fronteiras do Império, abrindo caminho para Roma, que passou a sofrer sucessivas ondas de saques e devastação.

Após a queda do Império, os povos germânicos herdaram e absorveram diversos elementos da cultura romana, o que deu o caráter sociocultural da Europa Feudal no primeiro período da Idade Média, chamado de Alta Idade Média (séculos V ao X).

No mapa a seguir, é possível identificar o movimento dos povos germânicos entres os séculos IV e V sob os domínios territoriais do Império:

Mapa – Invasões Germânicas

Conclusão

Espero, com este breve resumo, tê-lo ajudado a compreender um pouco melhor o processo de invasões bárbaras ao Império Romano, nos século IV e V d.C. Vale lembrar que as invasões germânicas foram apenas um dos muitos fatores que levaram a queda do Império Romano. Vários outros concorreram para o fim do Império. Mas este será assunto para nossas próximas publicações.